TÓPICO ESPECIAL: AS LEIS ALIMENTARES DO AT

Na minha opinião, essas leis alimentares (Levítico 11; Deuteronômio 14) não são dadas primordialmente por saúde ou razões higiênicas (i.e., Maimônides, Guia 3:48; Kiddushin 49b [tratado talmúdico]), mas por razões teológicas. Os israelitas não devem nenhum contato com os cananeus (cf. Is 65.4; 66.3, 17). Muitos dos regulamentos dadas a Israel através de Moisés se relacionam com comida, socialização e práticas de adoração cananéias (e.g., Êx 8.23).

Sobre a questão de "são essas leis alimentares obrigatórias ou mesmo úteis para crentes do NT”, eu diria “Não!” Aqui estão as minhas razões:

1. Jesus rejeitou as leis alimentares como uma maneira de aproximar-se e agradar a Deus, Marcos 7.14-23 (certamente o comentário editorial por Pedro ou João Marcos no v. 19 é igualmente inspirado)

2. Este exato assunto foi a questão do Concílio de Jerusalém de Atos 15, onde foi decidido que os gentios não tinham que seguir as leis cúlticas do AT (cf. esp. v. 19). O versículo 20 não uma lei alimentar, mas uma concessão de comunhão aos judeus crentes que podem estar nas suas igrejas gentias.

3. A experiência de Pedro em Atos 10 em Jope não é sobre comida, mas sobre a aceitabilidade de todas as pessoas, contudo o Espírito usou a irrelevância da lei alimentar como o símbolo para ensinar Pedro!

4. A discussão de Paulo dos crentes "fracos" e "fortes" adverte-nos a não forçar nossa interpretação pessoal, particularmente das leis do AT, sobre todos os outros crentes (cf. Rm 14.1-15.13; I Coríntios 8-10).

5. As advertências de Paulo sobre o legalismo e julgamentalismo em relação aos falsos mestres gnósticos registradas em Cl 2.16-23 devem ser uma advertência a todos os crentes em cada era! Tenha cuidado como farisaísmo do NT!