TÓPICO ESPECIAL: A CIDADE DE CORINTO

A. As rotas de navegação de inverno ao redor do ponto mais ao sul da Grécia (i.e., o Cabo Malea) eram muito perigosas. Portanto, uma rota por terra da menor extensão possível era crucial. A localização geográfica de Corinto sobre o istmo de cerca de seis quilômetros entre o golfo de Corinto (i.e., Mar Adriático) e o golfo de Sarônico (i.e., Mar Egeu) tornaram a cidade um importante centro comercial (i.e., centro de navegação e comércio especializado em tipos de cerâmica e um tipo especial de bronze) e centro militar. Nos dias de Paulo, esta era literalmente onde as culturas do Oriente e Ocidente se encontravam.

B. Corinto também era um importante centro cultural do mundo greco-romano porque recebia os bianuais Jogos Ístmicos que começaram em 581 a.C. (no Templo de Possêidon). Somente os Jogos Olímpicos em Atenas, a cada quatro anos, os rivalizavam em tamanho e importância (Tucídides – Hist. 1.13.5).

C. Em 146 a.C. Corinto foi envolvida numa revolta (i.e., a Liga de Acaia) contra Roma e foi destruída pelo General Romano Lúcio Múmio e a população dispersada. Por causa de sua importância econômica e militar, foi reconstruída entre 46 e 48 a.C. por Júlio César. Tornou-se uma colônia romana quando os soldados romanos se aposentavam. Era uma imitação de Roma na arquitetura e cultura e o centro administrativo da província romana (i.e., senatorial) da Acaia em 27 a.C. Tornou-se uma Província Imperial em 15 A.D.

D. A acrópole da Velha Corinto, que se elevava mais de 548 metros acima da planície, era o local do templo de Afrodite. Para este templo eram designadas 1.000 prostitutas (cf, Estrabo, Geografia, 8.6.20-22). Ser chamado de "um Corintiano” (i.e., Korinthiazesthai, cunhado por Aristófanes [450-385 a.C.]) era sinônimo para viver dissoluto, desenfreado. Este templo, como a maior parte da cidade, foi destruído por um terremoto cerca de 150 anos antes que Paulo chegasse, e foi novamente em 77 A.D. É incerto se o culto da fertilidade continuava época de Paulo. Desde que os romanos, em 146 A.D., destruíram a cidade e mataram e escravizaram todos os seus cidadãos, a impressão grega da cidade foi suplantada pelo seu status colonial romano (cf. Pausânias, II.3.7).