TÓPICO ESPECIAL: MÁGICA

Nos tempos antigos parece haver vários tipos de indivíduos e grupos envolvidos em diferentes espécies de mágica. Mágica é uma forma de prática religiosa.

1. A primeira aparição de magia é encontrada na primeira cultura escrita (ou seja, Sumeria) nas suas contas de criação.

a. deidade chefe, Ea-enki, é chamado de "Senhor dos Encantamentos" porque ele matou Apsu com a ajuda de um feitiço

b. seu filho, Marduk, derrota Tiamat por causa de feitiços e magia potentes de seu pai

c. ver Erica Reiner, Surpu: A Collection of Sumerian and Akkadian Incantations [Surpu: Uma coleção de Encantamentos Sumérios e Acadianos]

2. A magia era muito proeminente no Egito, envolvendo Thoth e Ísis. Não houve distinção entre magia do bem ou do mal, como em # 1 e # 3. Normalmente ela era conectada a

a. curas

b. interpretação de sonhos

c. atividade política

d. passagem para o reino da morte

3. Mágica na Anatolia (cultura hitita) foi semelhante ao # 1. Houve boa magia e magia negra. O primeiro foi apoiado e o segundo condenado. Muitas vezes, as mulheres mais velhas eram usadas junto com sacerdotes. Este, como todos os povos do Antigo Oriente Médio, viu a magia como uma parte válida de qualquer campanha militar.

4. Havia uma casta sacerdotal da Média envolvida em astrologia chamada caldeus (cf. Dn 1.20; 2.2, 10, 27; 4.7, 9; 5.11; Mt 2.1, 7, 16). Heródoto os chama de "sacerdotes da Média”. Eles estavam envolvidos em predizer e controlar eventos futuros baseados no movimento e configuração dos deuses astrais (ou seja, planetas, estrelas, constelações, cometas).

5. Há muito pouco narrativa sobrevivente sobre a magia de Canaã (ou seja, ugarítico). Obviamente El tinha grande poder e curou um rei Ugarítico por magia (ver "A Lenda do Rei Keret," ANET 148b.).

6. A maioria dos grupos mágicos era constituída por pessoas que alegavam ser capazes de manipular as forças sobrenaturais ou naturais (cf. Gn 41.8, 24; Êx 7.11, 22; 8.7, 19; 9.11). Muitas vezes, essas forças (ou deuses) eram vistas estar em conflito com a humanidade e tomando o lado dessa força ou daquela força o possuidor do conhecimento poderia controlar as forças para ganho pessoal (cf. os papiros mágicos dos séculos terceiro e quarto A.D.). Estes indivíduos poderiam:

a. prever eventos futuros

b. controlar eventos futuros;

c. interpretar eventos futuros e sonhos

d. amaldiçoar ou proteger outros indivíduos, cidades, nações, exércitos, etc.

7. Mágicos como em Atos 8.9, 11 alegavam ser capazes de manipular as forças impessoais da natureza ou as forças pessoais (demoníacas) para realizarem a vontade deles. Isso muitas vezes envolvia ritos mágicos e encantamento. Mágicos “verdadeiros” muitas vezes atacavam outros mágicos que não realizavam os ritos e liturgias corretamente. Esses eram chamados charlatões e enganadores (cf. Atos 13.6, 8; 19.13).

8. O poder do evangelho é visto no ministério de Paulo em Éfeso onde ex-mágicos se convertidos à fé em Cristo queimaram os seus dispendiosos livros mágicos (i.e., como realizar adequadamente encantamentos, ritos e liturgias, cf. Atos 19.19).

9. Para mais leitura

a. Susan Garrett, The Demise of the Devil [O Fracasso do Diabo], Fortress Press, 1989

b. Unger, Biblical Demonology [Demonologia Bíblica], Scripture Press, 1967

c. Hendrik Berkhof, Christ and the Powers [Cristo e as Potestades], Herald Press, 1977

d. Waller Wink, Naming the Powers [Nomeando as Potestades], Fortress Press, 1984

e. Clinton Arnold, Three Crucial Questions About Spiritual Warfare [Três Questões Cruciais Sobre Guerra Espiritual], Baker, 1997

10. Todas estas mágicas, práticas ocultistas são abomináveis ao YHWH e proibido ao Seu povo (ver notas em Deut. 18.10-14, online).